quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tatuagem digital

Display monocromático implantado sob a pele poderá mostrar, no futuro, informações médicas, o nome de quem está chamando no celular ou imagens interativas.


Rafael Rigues


Um engenheiro norte-americano desenvolveu um conceito de um monitor sem fio movido a sangue que pode revolucionar a medicina e, quem sabe, as artes. Batizado de "Digital Tatoo Interface", o dispositivo consistiria em uma fina tela composta de silício e silicone. Enrolada como um tubo, ele seria inserido no braço através de uma pequena incisão, e desenrolado em um espaço entre a camada muscular e a superfície da pele.
Em sua superfície, haveria uma microscópica matriz de esferas de tinta que podem ser manipuladas e mudar de cor com uma carga elétrica, se comportando como pixels em um monitor. Controlando um campo elétrico e quais esferas estão pretas ou transparentes, seria possível formar imagens na superfície da tela, visíveis através da pele como uma tatuagem dinâmica e interativa. O conceito é similar ao já utilizado em produtos baseados na tecnologia de papel eletrônico (e-Ink, ou e-Paper), como o leitor de e-Books Kindle, da Amazon.
A eletricidade necessária para o funcionamento do aparelho viria do próprio sangue do usuário: dois tubos, ligados a uma artéria e uma veia, circulariam sangue através de uma minúscula bomba, que converteria a glicose (açúcar) no sangue em energia elétrica. O dispositivo poderia se comunicar com outros aparelhos, de equipamentos médicos a telefones celulares, via Bluetooth. Em vez de tirar o celular do bolso para ver quem está ligando, bastaria olhar para o próprio braço.
O produto, por enquanto, ainda é apenas um conceito. Mas pelo menos parte da tecnologia necessária já é realidade: pesquisadores japoneses já desenvolveram uma minúscula bateria, do tamanho de uma moeda, capaz de produzir 0.2 miliwatts de energia elétrica a partir de substâncias encontradas no sangue do usuário.


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